As plantas, imprescindíveis à vida e ao culto a orixás, são utilizadas como recurso litúrgico, mágico e medicinal. Ossaim é o guardião do axé da flora e seu patrono: cabe a este orixá efetivar o poder das plantas ou não e, por este motivo, sempre que se colhe uma planta deve-se evocá-lo para que preserve a essência vital do elemento colhido. Narra o mito que Ossaim perdeu uma perna e teve a capacidade da fala alterada após uma briga com Exu: por isso, como as plantas, tem apenas uma perna e fala como se estivesse assobiando. Apenas os olòsányìn, seus sacerdotes, são capazes de entender o que diz. Estes sacerdotes são magos capazes de manipular as forças do orixá presentes nas folhas. Ossaim, muito rápido na solução de problemas, é um curandeiro hábil que aplaca sofrimentos, podendo proporcionar ao homem tudo o que deseja.
Seus iniciados adquirem poder para manipular folhas. A palavra folha designa elementos de todo o reino vegetal, como folhas, sementes, raízes, seivas e cascas de árvores. Toda pessoa que lida sempre com esse reino está diariamente em contato com Ossaim, que pode proporcionar aos sacerdotes a possibilidade de realizar jogos divinatórios manipulados magicamente, caminho distinto do utilizado por Ifá, que possibilita adivinhar pela interpretação de odus. Através de magia pode-se fazer a estátua de Ossaim falar. Durante a consulta o olòsányìn dialoga com essa estátua: utilizando palavras rituais e o som do sèkèrè, o sacerdote invoca Ossaim, que responde como se estivesse assobiando. Embora todos os presentes ouçam o som emitido pela estátua, a linguagem é compreendida apenas pelo olòsányìn que fez a invocação.
Seus principais símbolos são: òpa (bastão com dezesseis pássaros, forjado em metal); sèkèrè (maracá); e àdó (pequena cabaça utilizada para a conservação de pós de uso mágico e medicinal).
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